Criei centenas de websites durante os meus 25 anos no sector digital. O meu primeiro site foi criado com HTML e imagens, provavelmente no Geocities, nos anos noventa. Olhando para trás, é quase divertido ver como as coisas eram simples naquela altura — algumas imagens, algum texto, e tínhamos um website.
Naquela época, a Internet estava a dar os primeiros passos e tudo era uma espécie de experiência. Hoje, os websites evoluíram para algo muito mais complexo e crucial. É simples: se não está no Google ou nas redes sociais, a sua empresa não existe.
Dica profissional: Antes de continuar a ler, pare e pense: quando foi a última vez que analisou realmente como os seus clientes utilizam o seu website? Não apenas métricas de acesso, mas o seu comportamento real?
O panorama digital evoluiu dramaticamente, mas os websites continuam a ser fundamentais para o sucesso dos negócios. Deixe-me explicar porquê através do impacto no mundo real, e não apenas da teoria.
Pense no seu próprio comportamento quando pesquisa uma empresa ou produto. Quer comece pelo Google, redes sociais ou até ferramentas de pesquisa de IA, inevitavelmente irá querer visitar o website da empresa. Esse momento da verdade — quando um potencial cliente acede ao seu site — precisa de corresponder às suas expectativas e responder às suas questões de forma eficaz.
Certa vez, trabalhei com um cliente que estava a perder negócios internacionais simplesmente porque não conseguia responder a consultas durante o horário local de expediente. Um website bem concebido resolveu este problema, transformando consultas fora de horas em leads qualificadas e, eventualmente, em vendas. Este é o poder da disponibilidade constante.
O seu website deve servir como uma biblioteca cuidadosamente organizada de tudo o que os seus clientes precisam de saber. Um dos meus clientes reduziu as suas chamadas de apoio ao cliente em 60% simplesmente ao reestruturar o seu website para melhor responder às perguntas comuns dos clientes. A chave não era apenas ter as informações, mas organizá-las de forma a corresponder à maneira como os clientes realmente as procuram.
O comércio eletrónico moderno não se trata apenas de ter um carrinho de compras. As lojas online bem-sucedidas de hoje criam experiências de compra imersivas que orientam os clientes no seu processo de decisão. Fornecem informações detalhadas sobre o produto, ferramentas de comparação e garantias em cada etapa. Imagine informações disponíveis para os seus clientes na sua página de produto — seria impossível entregar isto de forma consistente e fácil numa loja física. Sem contar com a capacidade de venda simultânea. Numa loja física, precisa de um vendedor (ou dois em alguns casos) por cliente. Impossível escalar.
Os websites mais bem-sucedidos que ajudei a criar não se limitam a vender produtos — constroem relações. Através de espaços personalizados para utilizadores, recomendações inteligentes de conteúdo e sistemas de apoio inteligentes, transformam compradores ocasionais em clientes fiéis.
Deixe-me partilhar uma história que ilustra perfeitamente porque o design de um website exige mais do que apenas boa aparência. Imagine planear um casamento durante meses, escolhendo um bolo lindíssimo de uma pastelaria de prestígio. O bolo está deslumbrante — perfeito para aquelas fotografias do Instagram. Mas quando chega a hora de o cortar, não encontra... nada. Apenas decorações ocas.
Muitos websites são assim: lindos por fora, mas sem substância onde é importante. O design visual é importante, certamente, mas é apenas a cobertura de um bolo muito mais complexo.
É aqui que as coisas ficam interessantes — e potencialmente controversas. Sim, tecnicamente, qualquer pessoa pode criar um website hoje em dia. Ferramentas e plataformas tornam isso mais fácil do que nunca. Mas há uma diferença crucial entre criar um website e criar uma presença digital eficaz.
Pense nisto como cozinhar. Qualquer pessoa pode seguir uma receita, mas criar uma experiência gastronómica memorável exige compreender os ingredientes, o tempo, a apresentação e as preferências dos seus convidados. O design de websites é semelhante: trata-se de compreender a psicologia do utilizador, a estratégia de negócio e como combiná-los de forma eficaz.
Quando começo um novo projeto de website, os clientes geralmente apresentam orgulhosamente os seus estudos de mercado. Conhecem a idade, o rendimento, as preferências e os hábitos de compra do seu público-alvo. Esta informação é valiosa, mas é apenas metade da história.
Lembro-me de um cliente de uma marca de luxo que sabia tudo sobre os hábitos de compra do seu abastado mercado-alvo. No entanto, a taxa de conversão do website deles era mínima. Porquê? Os estudos de mercado mostravam que os seus clientes valorizavam experiências premium, mas a investigação com utilizadores revelou que estes mesmos clientes achavam o processo de finalização de compra frustrante e demasiado complexo. Estavam a tentar recriar a sua experiência de boutique sofisticada online, mas o que os seus utilizadores realmente queriam era eficiência e simplicidade.
Isto ilustra a diferença crucial entre pesquisa de marketing e investigação de utilizadores. A pesquisa de marketing mostra quem são os seus clientes; a investigação com utilizadores mostra como eles realmente se comportam. É a diferença entre conhecer a biografia de alguém e observar como essa pessoa interage com o seu produto na vida real.
O que os clientes dizem frequentemente não é o que fazem ou querem. Há muitos níveis a serem investigados para compreender as necessidades dos utilizadores e oferecer satisfação.
Ao longo dos meus 25 anos a criar soluções digitais, desenvolvi uma estrutura que fornece resultados consistentes. Pense nestes pilares não como etapas separadas, mas como elementos interligados que se apoiam mutuamente.
A base de qualquer website de sucesso não é a tecnologia ou o design — é a compreensão. Um dos meus clientes passou meses a discutir esquemas de cores antes de voltarmos à questão fundamental: que problemas estamos a tentar resolver para os seus utilizadores?
Esta mudança de pensamento levou a descobertas fascinantes. Através de entrevistas e observações com utilizadores, descobrimos que os seus clientes não estavam principalmente preocupados com a aparência do website — estavam frustrados por não conseguirem encontrar informações cruciais sobre o produto com rapidez suficiente.
O sucesso no design digital não tem a ver com sentimentos; tem a ver com resultados. Quando um cliente me diz que quer um "website melhor", a minha primeira pergunta é sempre: "Como saberemos que está melhor?"
Para um projeto recente de comércio eletrónico, em vez de objetivos vagos como "melhorar a experiência do utilizador", definimos metas específicas: reduzir o abandono do carrinho em 25% e diminuir os pedidos de apoio em 40%. Estes objetivos concretos moldaram cada decisão de design que tomámos.
É aqui que a criatividade encontra a estratégia. Depois de entender os problemas do usuário e as metas de negócios, o desafio passa a ser projetar soluções que atendam a ambos. É como ser um arquiteto que precisa criar um edifício bonito e funcional.
Um cliente de software de baixo código precisava tornar um produto complexo utilizável e compreensível para desenvolvedores iniciantes e, ao mesmo tempo, satisfazer engenheiros experientes. A solução não foi um compromisso — foi criar jornadas de usuário adaptáveis que atendiam às necessidades de ambos os grupos.
A arquitetura da informação é como o planeamento urbanístico do seu website. Não se trata apenas de organizar conteúdo — trata-se de criar percursos intuitivos que façam sentido para os seus utilizadores.
Certa vez, reorganizei o website de um profissional de saúde com base nos percursos dos pacientes, e não nas estruturas internas do departamento. O resultado? Os pacientes conseguiam descobrir os serviços pelos termos que conheciam, e não por jargão complicado.
elos planos podem falhar na realidade. É por isso que começo sempre com protótipos — versões simples que podemos testar com utilizadores reais. Ferramentas modernas no-code e low-code, como Webflow, Glide e Framer, permitem-nos criar e testar ideias rapidamente, poupando tempo e dinheiro, sem comprometer o teste da parte de interação do projeto.
Com uma base sólida, o design visual transforma-se em melhorar a funcionalidade. Cada escolha de cor, cada tipo de letra, cada elemento deve servir um propósito de orientar os utilizadores e apoiar os objetivos do negócio, sempre com a estética como farol.
7. Melhoria contínua
Um website nunca está verdadeiramente concluído. As necessidades dos utilizadores evoluem, as empresas crescem e a tecnologia avança. Os websites mais bem-sucedidos são aqueles que se adaptam e melhoram continuamente com base em dados e feedback real do utilizador.
Ao longo da minha carreira, vi muitos projetos de websites com dificuldades ou a fracassar. Os motivos raramente são técnicos — geralmente são humanos e organizacionais. Aqui estão os padrões que observei e como evitá-los.
O cenário mais comum que vejo é o que chamo de "armadilha do comité". Um projeto começa com uma visão clara, mas dilui-se à medida que mais partes interessadas adicionam as suas opiniões. Um cliente teve de reiniciar todo o projeto após seis meses porque cada departamento queria que as suas prioridades fossem abordadas primeiro, resultando num design confuso e ineficaz. Neste caso, durante a fase de projeto é necessário reunir os stakeholders para co-criar a solução, o que resulta em um processo mais eficaz.
Outro problema frequente é o que chamo de "saltar fundações". Empresas ansiosas por ver o progresso visual frequentemente ultrapassam etapas cruciais de investigação e planeamento. É como construir uma casa sem plantas adequadas — pode parecer bem inicialmente, mas os problemas surgem inevitavelmente pela falta de adequação às necessidades do utilizador.
O sucesso no design de websites não é misterioso — é metódico. Comece com processos claros de propriedade e tomada de decisão. Documente os seus objetivos e métricas de sucesso. Planeie a sua estratégia de conteúdo antes do início do design. O mais importante é manter o foco nas necessidades do utilizador enquanto equilibra os objetivos do negócio.
A criação de websites hoje oferece muitas opções, desde ferramentas no-code até soluções totalmente personalizadas. A chave não está em quais ferramentas utiliza, mas em como elas servem a sua estratégia. Já vi projetos bem-sucedidos criados com tudo, desde ferramentas no-code (Webflow, Framer, Shopify, Glide, Salesforce, Magento, entre outras) até plataformas personalizadas.
A escolha certa depende das suas necessidades, recursos e objetivos específicos.
Criar um website eficaz é uma jornada de compreensão, planeamento e melhoria contínua. Quer esteja a começar do zero ou a melhorar um website existente, o sucesso vem do foco nas necessidades do utilizador enquanto mantém objetivos comerciais claros.
Os seus próximos passos dependem de onde está na sua jornada:
A começar do zero:
A melhorar o website existente:
A otimizar o desempenho:
Lembre-se de que o objetivo não é a perfeição desde o primeiro dia, mas a melhoria contínua com base nas necessidades reais do utilizador e nos objetivos comerciais.